No artigo anterior sobre este tema, abordámos a importância do treino deliberado. Particularmente, como é importante treinar perto do limite das nossas capacidades, olhando com atenção à forma como se está a treinar e ao resultado, feedback, que se está a obter do treino. É nesse seguimento que apresentamos a terceira regra para desenvolver talento: Aprender a sentir.
Aprender a sentir?, perguntam algumas pessoas, Isso é algo que se aprende?, Dá para ajudar outras pessoas a aprender isso?, Como é que isso me ajuda a perceber como desenvolver talento?, Isso ajuda a melhorar os meus resultados? A resposta será sim a todas essas perguntas. Por onde começar? Por afinar os sentidos. Por afinar a observação e a concentração de forma a detetar desvios e "erros" no que se faz ao treinar. Trata-se de obter uma perspectiva equilibrada e percepcionar erros que surjam (para evitar que reapareçam). Treinar a acuidade sensorial, ou seja, a capacidade de observar o que está a acontecer com o mínimo de juízo de valor possível, de forma descritiva. Claro que o nosso conselho nº 1 é que desenvolva esta capacidade, em primeiro lugar, em si mesm@. O que fazer para desenvolver a acuidade? Talvez a prestar maior atenção aos outros, no caso, a quem ajuda a desenvolver talento; se por si, à forma como treina, à forma como se posiciona ou comporta enquanto pratica. Comece por si. Prestando maior atenção à forma como usa a sua voz ao comunicar; às palavras que diz; à sua postura, gestos e expressões faciais; à forma como se movimenta a fazer determinada acção; às sensações que tem enquanto está a treinar ou interagir. Pode socorrer-se de diversas ferramentas para isso, desde o feedback de um@ colega até ao exercício de Posições Percetuais que se aprende em Programação Neuro linguística. Ao questionar sobre as sensações mais observadas durante os períodos de treino mais produtivos, Daniel Coyle identificou algumas comuns entre diversos participantes em "viveiros de talento", centro de treino de alta performance em várias áreas. Uma dessas é a sensação de progresso gradual. Esta é partilhada também por alpinistas quando se referem à definição de um patamar onde querem chegar, ao avanço e alcance de uma meta e à avaliação do próximo patamar a alcançar na montanha. Sistematizando: 1. Defina uma meta para o treino; 2. Alcance o máximo desempenho no momento; 3. Observe o intervalo entre a meta e o resultado que alcançou; e, observe como o alcançou; 4. Volte a 1 e repita o processo. Se imaginar que é atleta olímpico como lançador do martelo.... no treino, definiu lançar a x metros; lançou a x-2; observa o que aconteceu, como se moveu, com que posturas, com que força, onde pôs os pés e de que forma, em que estava a pensar antes e durante o lançamento, como se estava a sentir,.... volta a definir uma meta e repete o processo. Simples, certo? Difícil? Talvez sim, talvez nem tanto. Agora, conhece quem na sua equipa aplique esta estrutura na prática, no dia-a-dia? :) Também já terá visto por esta altura que isto depende de quem treina e de quem orienta o treino... Importante, acredito, é a pessoa focar no que depende dela própria! Acontece que muitas pessoas começam por procurar soluções externas para aumentarem o seu desempenho, para desenvolverem talento. Mas, as que depois realmente se destacam como "talentos", afirma Owen Carman, director de um "viveiro de talento": nalgum momento "viram-se para dentro", acontece um processo de autodescoberta, "percebem o que funciona e o que não funciona". Acredito que também pode ser assim consigo! Também consigo, e com a sua equipa, um processo de treino deliberado com estímulos diferentes e ferramentas comprovadas ajudará a desenvolver talento e a expandir os seus resultados! Se quer descobrir mais como o fazer… pergunte-me. João Ricardo Pombeiro * O Código do Talento; Daniel Coyle; Livros d’Hoje, Publicações Dom Quixote (Grupo Leya); 2009 Publicado previamente no site da LIFE Training, aqui.
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Pode acontecer que no início do ano algumas pessoas tenham aquela ideia de “Ano Novo, Vida Nova!”, ou “Agora é que vai ser!”, outras podem sentir-se mal ou sem vontade ou sem energia para voltarem ao trabalho. Para algumas acabaram as férias, outras sentem psicologicamente mais incerteza com a conjuntura económica, outras podem estar a voltar para os trabalhos de que não gostam. Mas… O que acha que teria a ganhar se trabalhasse mais feliz este ano? Consistentemente, diversos estudos mostram que os locais de trabalho mais felizes trazem benefícios muito importantes, tanto para as pessoas que trabalham lá como para os resultados das organizações em que elas estão. As pessoas mais felizes não só têm melhor saúde, elas também são mais criativas, mais produtivas, melhores pais, melhores cônjuges. Lanço-lhe por isso um convite, ou desafio se preferir. Decida-se por uma 'Resolução de Ano Novo’ diferente: em vez de voltar a trabalhar sentindo-se sem vontade ou sem energia, comprometa-se a fazer, mesmo, da sua experiência diária uma que seja mais feliz em 2016! :) Comece por aqui: 5 ações para qualquer pessoa ter uma vida mais feliz no local de trabalho (gerindo ou não pessoas) - Pare para conhecer melhor os colegas, os clientes, até mesmo a sua família. Partilhe algo sobre si também. :) - Encontre uma forma de trabalhar mais divertida e sociável :) O que resultaria onde está? - Crie o hábito de anotar as coisas boas que acontecem no dia-a-dia. Comece por contar a alguém UMA coisa boa do seu dia! - Mude algo que lhe está a transmitir infelicidade ou aos seus colegas, familiares. Por exemplo, mudar de canal de televisão, de assunto na conversa de café, .... o que ajudar mais no momento! - Apoie quem está à sua volta e ajude-os a se sentirem bem sem ser com “palmadinhas nas costas”. Pergunte primeiro ao outro: como posso ajudar? 5 ações especiais para líderes: - Confie nas pessoas, dentro das suas orientações dê-lhes autonomia para fazerem à maneira delas. Dê espaço e tempo. Garanta que saibam que estará lá para ajudar, sem impor nem se intrometer ;) - Ajude as pessoas a verem porquê e como o que elas fazem é importante para a organização!! - Encoraje e agradeça, regularmente, de forma sentida às pessoas. Muitas pessoas, o que mais querem, acima de tudo, não são mais 20, 50 ou 100 euros... é um Obrigado dito de forma autêntica, direta e abertamente, por algo concreto que elas fizeram. - Ajude os seus colaboradores a encontrarem e a tornarem-se mestres nos seus pontos fortes. Como está a auxiliar a sua equipa a se desenvolver? - Incentive e dê o exemplo para um equilíbrio saudável e produtivo entre trabalho e vida pessoal, familiar, social! O desempenho da empresa "agradecerá" e as pessoas que o alcançaram também mostrarão a sua satisfação, de diferentes formas. É certo que os líderes de uma organização têm uma grande influência sobre se um local de trabalho é feliz ou não. Mas existem muitas e simples práticas que qualquer pessoa pode fazer no dia-a-dia para fazer a diferença... Imagine o que pode fazer por si... Sabia que a nossa felicidade influencia as pessoas com quem trabalhamos e as pessoas que eles conhecem? Estudos* demonstram que a felicidade de um contato em 1º grau (amigo, familiar,..) potencia em 15% que se sinta feliz. A felicidade de um contato em 2º grau (amigo do amigo, por exemplo) potencia em 10%; e 6% para a felicidade de um contato em 3º grau (por exemplo, amigo de um amigo de um amigo). Williamson** diz que as “nossas atitudes e ações individuais realmente fazem a diferença. Tomando uma abordagem mais positiva no trabalho não só aumenta a sua própria felicidade, como afeta aqueles com quem trabalha”. E, já sabemos,“as pessoas trabalham melhor quando se sentem bem, e que as organizações mais felizes superam as suas concorrentes". Também por isso, e considerando que pelo menos um terço do dia passamos no trabalho, acredito que pode ser bem mais interessante focar no que depende de si e ajudar a fazer acontecer o ambiente de trabalho que deseja. Comece a fazer agora um 2016 mais feliz ... experienciando-o daqui para a frente! Da minha parte estou grato, também, por poder ajudar cada vez mais pessoas a fazerem de 2016 o ano em que se sentem mais felizes mais vezes! :) Feliz 2016! Referências * J.H. Fowlerand N.A. Christakis, Dynamic spread of happiness in a large social network: longitudinal analysis over 20 years, British Medical Journal, December 2008 ** http://www.actionforhappiness.org/news/resolve-to-make-your-workplace-happier-in-2013 João Ricardo Pombeiro Previamente publicado no site da LIFE Training, aqui. |
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Maio 2016
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