GREENLIGHT JOÃO POMBEIRO
  • Início
  • Sobre
  • Testemunhos
  • Contatar

Leia, comente, partilhe :)

"Ah, mas tu disseste!" - Como lidar com mudanças de ideias?

29/4/2016

3 Comments

 
 Imagem

​​Imagino que também já lhe aconteceu passar por situações em que a outra pessoa mudou de ideias. Às vezes sobre o que pensava acerca de um assunto, outras vezes sobre o que fazer a seguir, outras ainda sobre o que quer para ela. Algumas vezes lidou bem com isso. Outras nem tanto assim. Imagino igualmente como pode ser interessante lidar de melhor forma com esses momentos! Talvez se queira sentir melhor, talvez queira ter outros resultados, talvez queira ter mais escolhas disponíveis nesses momentos! Então, como lidar com essas mudanças?

Seja em casa ou no trabalho, seja com um amigo ou com um cliente, é normal observar reacções de estranheza, descontentamento, desilusão com a mudança de ideias. Estas reacções são produzidas, parcialmente pelo menos, a partir das expectativas geradas pela própria pessoa. Estas expectativas podem ser sobre um resultado que quer, sobre como se quer sentir, sobre esperar que algo aconteça da forma que gostaria. Alguns exemplos podem ser: uma vendedora a quem um cliente disse que ia comprar; um filho que ouviu o pai dizer que chegava a casa às 18h; uma colega de trabalho que disse que ia ajudar outro colega; um líder que disse querer ser promovido.

Imagine que aquilo que é dito pela pessoa não acontece. Imagine que ela muda de ideias. E agora?

Estas expectativas nascem, aparentemente, de uma expectativa maior. Subtilmente pressuposta, está presente na vida diária tal como a observo. A expectativa de que a vida se vai desenrolar de acordo com a ideia que criei. Independentemente do que o outro disse. Ora, quando acrescentamos a variável "o outro disse x", habitualmente, é gerada a expectativa de a outra pessoa cumprir com o que disse. Ao me agarrar a essa ideia, fico de certa forma seguro, com um certo nível de certeza sobre o que poderá acontecer. A outra pessoa fará a ação que disse, manterá a mesma opinião sobre o assunto, continuará com o mesmo desejo. Com isso, procuro coerência e consistência. 

Acredito que estas duas ideias estão sobrevalorizadas. É claro que é importante manter-se um mínimo de coerência e consistência. Afinal, é também isso que permite nos mantermos e evoluirmos como ser humano e como sociedade. Acontece que observo inúmeras situações de conflitos, de sofrimento, de luta e desgaste interno, na busca intensa de manter coerência e consistência. Sem que, em proporção, se obtenham mais valias que equilibrem "a balança custo-benefício".

"Se disse que ia comprar tenho que comprar; senão o que vão pensar de mim?" "Se disse que ia chegar às 18h, então tenho mesmo que chegar às 18h; senão lá vou desiludir o meu filho outra vez e [pressuposto] isso faz de mim um mau pai." "Se disse que ia ajudar o colega, então tenho que ajudar independentemente do que aconteça; senão vão dizer que sou uma má colega que não cumpre o que diz." "Se disse que queria ser promovido, então tenho que mostrar trabalho e aceitar a promoção; senão ainda pensam que sou um tontinho que tanto quer uma coisa como, logo a seguir, deixa de a querer!"

Para mim, igualmente interessante de observar são as consequências naturais deste esforço intenso e desgaste imenso em manter a palavra, em querer ser coerente e consistente. À custa do quê? Pelo que vejo, no meu dia-a-dia e na minha atividade, à custa do próprio bem estar; de saúde emocional; de tranquilidade psicológica; de foco; de equilíbrio profissional-familiar; de performance e produtividade; e, por vezes, também de saúde física.

O que fazer? Bem, proponho valorizar mais a congruência pessoal. Prestando mais atenção a como estou agora, ao que penso agora, ao que quero agora. Tal, acredito, pressupõe um maior auto-conhecimento, um domínio da capacidade de auto observação, mais momentos de atenção plena, momentos de reflexão pessoal e decisão do que fazer a seguir com o que se observou e aprendeu. Ao fazer isso comigo e me permitir mudar de ideias, congruentemente, abro a porta para melhor aceitar e lidar com a mudança de ideias do outro. 

A proposta aqui passa por me focar no que posso realmente controlar: as formas como vejo o mundo e como atuo. Em vez de me desgastar com o que não controlo: o outro - as decisões e ações que ele tem. Pois por muito que as consiga condicionar, nunca as controlarei a 100%; logo, não tenho nenhuma garantia de conseguir que o outro mantenha a ideia/decisão inicial. Mesmo que conseguisse que a outra pessoa mantivesse a ideia inicial, será que quereria mesmo forçar isso, desgastar-me, desgastar a relação, perder influência e arriscar-me a ficar com alguém que faz algo de forma contrariada?... Existem outras formas.

Claro que fazer isto pressupõe ter uma forte intenção de lidar melhor com os momentos em que a outra pessoa muda de ideias! Com esta intenção, vem um aceitar e respeitar a mudança de ideias da pessoa. Mesmo que discorde da mesma. 

Por onde começar? Começando por aceitar e respeitar as próprias mudanças de ideias. Experimente primeiro com pequenas coisas: mudar o pedido num café; depois num restaurante; na compra de um jornal/revista; a seguir experimente com o partilhar de opinião sobre um desporto ou uma música; depois sobre um assunto económico; experimente também com a sua história, por exemplo, ao partilhar a maior aprendizagem que já fez (depois mude para outra aprendizagem). 

Como fazer? Ao dizer a alguém algo em que acredita, algo que quer comprar, etc, a seguir... mude de ideias! Note: mude para algo em que também acredite, para algo que também quer! Exemplo: vai comprar uma revista. Na papelaria pede a revista noticiosa X. Mesmo antes de a receber, diz que mudou de ideias e agora quer a revista noticiosa Y. Ou, diz a um amigo que quer jantar ou encontrar-se com ele. Mais tarde, diga-lhe que já não quer ou que afinal vai ficar em casa. Observe o que acontece consigo e com a outra pessoa. 

O que pode aprender daí? Note que acontecerá algo que será comum com o que acontece quando é outra pessoa a mudar de ideias, numa situação em que também está envolvid@. Veja o que pode ser útil para situações futuras. Experimente aplicar o que aprendeu. Pratique, pratique, pratique. A pouco e pouco ganhará formas mais eficazes de lidar com as mudanças de ideias!

Este texto contém princípios de PNL, Coaching, Mindfulness, Oneness. Por exemplo, o que diz que o problema não é o problema. O problema é a forma como abordo e me relaciono com o contexto onde penso que está o problema. Nesse sentido, o problema não é a mudança de ideias pela outra pessoa.

Contate-me em coach @ joaopombeiro . eu

 Imagem
3 Comments

Como lidar com o seu problema?

14/4/2016

2 Comments

 
 Imagem

Longe de lhe vir aqui dar conselhos, partilharei algo que ajudará a lidar melhor com qualquer situação em que se encontre ou venha a encontrar. Nas linhas que se seguem, partilharei formas habituais de se lidar com problemas e uma estrutura que lhe permitirá lidar melhor com os problemas que queira ultrapassar. Ao lidar de forma mais saudável, positiva e eficiente com os problemas que surgem na vida, no trabalho, no seio da família, como seria o seu dia-a-dia?

Poderá já ter reparado que problemas é algo que não falta no quotidiano do ser humano. Seja estar atrasado para um compromisso, estar sem ideias para ter mais clientes ou ver-se no meio de uma acesa discussão que não está a levar a lado nenhum, acredito que a larga maioria dos problemas têm origem num ponto comum. Adiante falarei sobre ele.

Pelo que observo diariamente, pelas pessoas e organizações que tenho oportunidade de ajudar, é normal ver-se o problema como algo a corrigir, algo a eliminar, algo que não devia estar ali ou acontecer assim como está a acontecer. Esta perspetiva liga-se também com as expetativas que tenham sido criadas para a situação (e pós-situação) em que o problema surgiu.

Por exemplo, chegar a horas a um compromisso transmite uma imagem que a pessoa deseja que os outros fiquem dela e chegar atrasado pode transmitir o oposto. Como a pessoa acredita que essa imagem tem repercussões futuras em si e no que deseja, por parte dos outros, ela vê o "estar atrasada" como um problema. O que é mais normal ver numa pessoa que se atrasa? Que continua centrada, relaxada, aceitando a situação, focada no que pode fazer, assumindo a sua quota parte de responsabilidade? Ou que fica descentrada, acelerada, lutando contra o que aconteceu, dispersa com o exterior e justificando-se com o que não controla?

A forma como se relaciona com o problema, a forma como lida com a situação em que vê o problema é mais importante que o dito problema em si ou que a razão do mesmo. Essa forma transmitirá mais sobre a pessoa do que o "estar atrasada". Este resultado (estar atrasada) pode dever-se a muitos factores. A maior parte destes, vou arriscar, a pessoa pode influenciar. Pode sair mais cedo para o compromisso, ir por outro caminho, usar outro transporte, avisar que chegará uns minutos depois, adiar o compromisso - se tal for possível, etc.

Agora imagine que a pessoa não está a conseguir arranjar mais clientes. Adianta queixar-se, desanimar, desesperar, auto-flagelar ou culpar factores externos como a crise, a concorrência, o governo, alguma entidade cósmica? Ou será mais interessante aceitar e olhar para o que está a acontecer, perceber com curiosidade de bebé o processo que gerou o resultado, descobrir com confiança como gerar o resultado desejado?

Acho muito interessante quando observo pessoas que estão entre estes dois mundos, estas formas de lidar com o que acontece. Vejo isso por exemplo com os "... mas é complicado ..."; "... só que não é fácil ..."; ou quando a pessoa defende e valoriza a segunda abordagem e, logo depois, argumentar com ideias e justificações que mostram a primeira abordagem em ação dentro dela.

Já identificou o "ponto comum"? Pois. O problema não é o problema. O problema é a forma como a pessoa se sente e aborda o contexto em que pensa que está o problema. Se se sentisse de forma diferente, se visse o contexto de forma diferente, se abordasse o contexto de forma diferente, muito provavelmente, mais rapidamente o problema será ultrapassado.

Aqui fica uma estrutura que lhe pode ser útil:

* Aceite que já aconteceu o que aconteceu. Sim. Antes de querer mudar algo e de partir para a ação, permita-se um tempo para aceitar. Em vez de julgar os outros, ou de se auto julgar, em vez de censurar o que correu mal, aceite. Será neste tempo que ganhará um espaço que lhe permitirá dispor de mais opções, de outras perspetivas, de escolhas diferentes. Aceite primeiro (realmente aceite.) e entre em ação depois. Consoante a situação, e indivíduo, este tempo será diferente. Umas vezes alguns dias, outras algumas horas, noutras apenas alguns segundos!

* Olhe para a situação, para o resultado, para o processo, com a mente limpa como um bebé. Como se soubesse... nada! sobre o que aconteceu, sobre o que está a ver. Observar e abordar uma situação como se fosse a primeira vez irá trazer-lhe grandes ganhos. Acredite. Verá o que ainda não viu, pensará no que ainda não tinha pensado, criará o que não tinha criado ainda. Terá mais perspetivas, mais escolhas e, logo, mais opções para agir! Depois é escolher a que mais lhe fizer sentido, a que lhe parecer mais adequada.

* Entre em ação com confiança e sem esforço. Em vez de lutar contra a realidade e, também, internamente faça o que tem a fazer sem se esforçar. Evite o desgaste interno. Faça o que quer fazer sem que se esgote pelo caminho. Bem sei que poderá ter crescido, como eu, com programações de "o trabalho custa", "para merecer há que provar", "bons profissionais esforçam-se", etc, etc. Existem outras formas. Sem esforço parece mesmo ser a mais eficiente e saudável. Faça com confiança. Com confiança nos outros. No processo. Que dará frutos. Que terá os seus resultados. (Nota curiosa: enquanto escrevia este texto recebi uma proposta de colaboração de uma empresa de Madrid. Sem ter buscado e me esforçado e desgastado para que isso acontecesse. Não é interessante? ;) ) Confie também que vai acontecer o que vai acontecer e isso será o mais interessante e útil para si. Para obter os resultados que deseja ou para aprender o que necessita aprender para chegar onde quer, estar como quer, viver como quer.

Excelente trabalho!
Excelente final de semana!

Para saber mais ou perguntar sobre a aplicação, contate:
 coach@joaopombeiro.eu
 

2 Comments

    Autor

    Write something about yourself. No need to be fancy, just an overview.

    Archives

    Maio 2016
    Abril 2016
    Março 2016
    Janeiro 2016
    Dezembro 2015
    Novembro 2015

    Categorias

    Todos
    Aceitação
    Ajuda
    Alinhamento
    Autonomia
    Coaching
    Comunicação
    Comunicação
    Confiança
    Empresa Feliz
    Família
    Felicidade
    Gestão De Confiltos
    Gestão De Confiltos
    Gratidão
    Liderança
    Mestria
    Mindfulness
    Motivação
    Mudança
    Não Julgamento
    Observação
    Partilha
    Perceção
    Perceção
    PNL
    Poder Pessoal
    Problemas
    Produtividade
    Propósito
    Responsabilidade Individual
    Satisfação
    Sem Esforço
    Trabalho
    Zona De Conforto

    Feed RSS

Powered by Create your own unique website with customizable templates.
  • Início
  • Sobre
  • Testemunhos
  • Contatar