Imagino que também já lhe aconteceu passar por situações em que a outra pessoa mudou de ideias. Às vezes sobre o que pensava acerca de um assunto, outras vezes sobre o que fazer a seguir, outras ainda sobre o que quer para ela. Algumas vezes lidou bem com isso. Outras nem tanto assim. Imagino igualmente como pode ser interessante lidar de melhor forma com esses momentos! Talvez se queira sentir melhor, talvez queira ter outros resultados, talvez queira ter mais escolhas disponíveis nesses momentos! Então, como lidar com essas mudanças? Seja em casa ou no trabalho, seja com um amigo ou com um cliente, é normal observar reacções de estranheza, descontentamento, desilusão com a mudança de ideias. Estas reacções são produzidas, parcialmente pelo menos, a partir das expectativas geradas pela própria pessoa. Estas expectativas podem ser sobre um resultado que quer, sobre como se quer sentir, sobre esperar que algo aconteça da forma que gostaria. Alguns exemplos podem ser: uma vendedora a quem um cliente disse que ia comprar; um filho que ouviu o pai dizer que chegava a casa às 18h; uma colega de trabalho que disse que ia ajudar outro colega; um líder que disse querer ser promovido. Imagine que aquilo que é dito pela pessoa não acontece. Imagine que ela muda de ideias. E agora? Estas expectativas nascem, aparentemente, de uma expectativa maior. Subtilmente pressuposta, está presente na vida diária tal como a observo. A expectativa de que a vida se vai desenrolar de acordo com a ideia que criei. Independentemente do que o outro disse. Ora, quando acrescentamos a variável "o outro disse x", habitualmente, é gerada a expectativa de a outra pessoa cumprir com o que disse. Ao me agarrar a essa ideia, fico de certa forma seguro, com um certo nível de certeza sobre o que poderá acontecer. A outra pessoa fará a ação que disse, manterá a mesma opinião sobre o assunto, continuará com o mesmo desejo. Com isso, procuro coerência e consistência. Acredito que estas duas ideias estão sobrevalorizadas. É claro que é importante manter-se um mínimo de coerência e consistência. Afinal, é também isso que permite nos mantermos e evoluirmos como ser humano e como sociedade. Acontece que observo inúmeras situações de conflitos, de sofrimento, de luta e desgaste interno, na busca intensa de manter coerência e consistência. Sem que, em proporção, se obtenham mais valias que equilibrem "a balança custo-benefício". "Se disse que ia comprar tenho que comprar; senão o que vão pensar de mim?" "Se disse que ia chegar às 18h, então tenho mesmo que chegar às 18h; senão lá vou desiludir o meu filho outra vez e [pressuposto] isso faz de mim um mau pai." "Se disse que ia ajudar o colega, então tenho que ajudar independentemente do que aconteça; senão vão dizer que sou uma má colega que não cumpre o que diz." "Se disse que queria ser promovido, então tenho que mostrar trabalho e aceitar a promoção; senão ainda pensam que sou um tontinho que tanto quer uma coisa como, logo a seguir, deixa de a querer!" Para mim, igualmente interessante de observar são as consequências naturais deste esforço intenso e desgaste imenso em manter a palavra, em querer ser coerente e consistente. À custa do quê? Pelo que vejo, no meu dia-a-dia e na minha atividade, à custa do próprio bem estar; de saúde emocional; de tranquilidade psicológica; de foco; de equilíbrio profissional-familiar; de performance e produtividade; e, por vezes, também de saúde física. O que fazer? Bem, proponho valorizar mais a congruência pessoal. Prestando mais atenção a como estou agora, ao que penso agora, ao que quero agora. Tal, acredito, pressupõe um maior auto-conhecimento, um domínio da capacidade de auto observação, mais momentos de atenção plena, momentos de reflexão pessoal e decisão do que fazer a seguir com o que se observou e aprendeu. Ao fazer isso comigo e me permitir mudar de ideias, congruentemente, abro a porta para melhor aceitar e lidar com a mudança de ideias do outro. A proposta aqui passa por me focar no que posso realmente controlar: as formas como vejo o mundo e como atuo. Em vez de me desgastar com o que não controlo: o outro - as decisões e ações que ele tem. Pois por muito que as consiga condicionar, nunca as controlarei a 100%; logo, não tenho nenhuma garantia de conseguir que o outro mantenha a ideia/decisão inicial. Mesmo que conseguisse que a outra pessoa mantivesse a ideia inicial, será que quereria mesmo forçar isso, desgastar-me, desgastar a relação, perder influência e arriscar-me a ficar com alguém que faz algo de forma contrariada?... Existem outras formas. Claro que fazer isto pressupõe ter uma forte intenção de lidar melhor com os momentos em que a outra pessoa muda de ideias! Com esta intenção, vem um aceitar e respeitar a mudança de ideias da pessoa. Mesmo que discorde da mesma. Por onde começar? Começando por aceitar e respeitar as próprias mudanças de ideias. Experimente primeiro com pequenas coisas: mudar o pedido num café; depois num restaurante; na compra de um jornal/revista; a seguir experimente com o partilhar de opinião sobre um desporto ou uma música; depois sobre um assunto económico; experimente também com a sua história, por exemplo, ao partilhar a maior aprendizagem que já fez (depois mude para outra aprendizagem). Como fazer? Ao dizer a alguém algo em que acredita, algo que quer comprar, etc, a seguir... mude de ideias! Note: mude para algo em que também acredite, para algo que também quer! Exemplo: vai comprar uma revista. Na papelaria pede a revista noticiosa X. Mesmo antes de a receber, diz que mudou de ideias e agora quer a revista noticiosa Y. Ou, diz a um amigo que quer jantar ou encontrar-se com ele. Mais tarde, diga-lhe que já não quer ou que afinal vai ficar em casa. Observe o que acontece consigo e com a outra pessoa. O que pode aprender daí? Note que acontecerá algo que será comum com o que acontece quando é outra pessoa a mudar de ideias, numa situação em que também está envolvid@. Veja o que pode ser útil para situações futuras. Experimente aplicar o que aprendeu. Pratique, pratique, pratique. A pouco e pouco ganhará formas mais eficazes de lidar com as mudanças de ideias! Este texto contém princípios de PNL, Coaching, Mindfulness, Oneness. Por exemplo, o que diz que o problema não é o problema. O problema é a forma como abordo e me relaciono com o contexto onde penso que está o problema. Nesse sentido, o problema não é a mudança de ideias pela outra pessoa. Contate-me em coach @ joaopombeiro . eu
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Ao iniciar um novo ano, um novo mês, uma nova tarefa, pode acontecer que sinta ou pense que não tem o que é preciso... ou que não vale a pena porque não controla o processo para chegar ao fim com sucesso…
Qual será a condicionante chave para que a qualidade do seu trabalho seja a melhor? Existe alguma? Acredito que para atingir um resultado desejado existem diversos caminhos possíveis. E para fazê-lo de forma feliz, também! Com preparação, conhecimento, foco e treino pode concretizar o que deseja. Imagine como seria fazer um caminho adequado ao objetivo, em que se sente bem, faz o seu trabalho de forma mais feliz e assim alcança o seu sucesso! Há, de facto, uma correlação entre felicidade e produtividade. A ciência mostra que o aumento da felicidade traz melhorias na produtividade do trabalho; e, que as empresas que são classificadas pelos seus colaboradores como "ótimos locais para se trabalhar" atingem grandes resultados também no mercado de ações. Por exemplo, num estudo que durou um período de 12 anos (1998-2010) as "100 Melhores Empresas para Trabalhar" nos EUA (com base no feedback positivo das pessoas a trabalharem lá), chegou-se à conclusão que estas conseguiram um retorno médio anual de 10%. Superaram o desempenho do índice de referência S&P 500, que retornou uma média de apenas 3,8% no mesmo período.[1] Num estudo recente, um grupo de pessoas foi alvo de uma intervenção ligada à felicidade. De seguida, as pessoas do grupo intervencionado tiveram um aumento de 12% na produtividade ao desempenharem uma tarefa paga, enquanto que nas pessoas do grupo de controlo (não intervencionado) não se verificou este aumento.[2] Então como desenvolver a felicidade? Há diversas formas de desenvolver ações deste estilo no dia-a-dia, de forma informal, aumentando os resultados desejados nas organizações, nas suas equipas e em cada colaborador. Segundo Daniel Pink, existem três factores chave[3] para um trabalho com satisfação: • Mestria - fazer tarefas que são desafiantes mas que se domina, conseguindo-as gerir e fazer com sucesso; • Controlo - discernir e sentir que tem em grande parte controlo sobre o trabalho que faz e sobre o resultado que deseja alcançar; • Propósito - sensação de que aquilo que faz vale a pena, faz parte de e contribui para algo maior do que si próprio/a. Curiosamente... todos os factores estão relacionados com a consciência de cada um sobre a responsabilidade individual e o seu poder pessoal. Coincidência? Não me parece…. Também por isso acredito plenamente nos processos de desenvolvimento pessoal e profissional, seja por treino ou por coaching, para alcançar maiores níveis de satisfação, bem estar e produtividade! Quer saber como faria isso na sua organização? Entre em contato aqui. Grato. Ótimo dia! Excelente trabalho! João Ricardo Pombeiro Referências [1] Russell Investment Group for Fortune Magazine (2011), How does trust affect the bottom line? [2] Oswald, A.J., Proto, E., Sgroi, D (2009), Happiness and Productivity, Institute for the Study of Labor (IZA) [3] Pink, D. (2009), Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us. Riverhead. * baseado no seguinte artigo |
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Maio 2016
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